
Um grupo de alunos do curso de História da Unesp de Assis está desenvolvendo um trabalho de recolhimento de depoimentos dos participantes do Núcleo Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), da Unesp. O objetivo é registrar as histórias de vida dos habitantes Assisenses.
De acordo com o coordenador do projeto Eduardo José Afonso, professor do Departamento de História, a história oral é importante, “não só como elemento primordial no trabalho do historiador, como também no resgate da auto-estima do depoente, que rememorando os acontecimentos de sua vida volta a sentir-se útil na sociedade”.
O professor enfatiza que se a sociedade industrial não tem memória é porque o idoso, depois de aposentado, não participa mais da cadeia produtiva e, por isto, é deixado de lado em todas as questões importantes como cidadão. “Este trabalho resgata o mecanismo triste de descaso pelo cidadão de terceira idade”, diz.
Participam do projeto seis alunos do curso de História. A previsão é que o trabalho – com pelo menos 300 depoimentos – termine no próximo ano. Em seguida será feito um tratamento dos dados tendo como fundamento as bases desenvolvidas por teóricos da História Oral, como: transcrição dos depoimentos; organização de um banco de dados; além do preparo do material como fonte de pesquisa para historiadores e interessados no tema.
“Depois de transcritos os depoimentos e registrados em mídias adequadas, doaremos o material ao Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (Cedap), em Assis, para que seja consultado por estudiosos, não só do campo da História, mas de outras áreas também”, finaliza Eduardo.
Envolvimento dos alunos
A aluna Luciana Francisco, do 3º ano do curso de História e uma das integrantes do grupo, conta que os idosos são esquecidos na sociedade capitalista. Para ela, uma questão essencial é como resgatar e valorizar o idoso numa sociedade excludente. “A sociedade afasta o idoso como produtor ou o transforma em consumista quando sua aposentadoria é atrativa”, diz.
Já para Augusto Martins Ramires, também do 3º ano do curso de História, este projeto viabiliza tratarmos da teoria e da prática, uma vez que estamos trabalhando com seres humanos. “Apreendemos o ser humano”, diz. Para ele, os depoimentos vêm buscar a memória viva de captação do passado, de pessoas que viveram os acontecimentos históricos. “É uma outra forma de perceber a história”, ressalta.
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