O empresário de 51 anos preso em Assis (SP) nesta segunda-feira (25) suspeito de falsificar documentos fazia cópias com alguns erros grosseiros. Em um dos papéis apreendidos pela Polícia Civil estava um suposto certificado de um curso de formação de condutores que traz uma frase com erro de português: “Transporte Coletivo de Passageirso {sic}”.
Além do “certificado de curso” que ostenta o logotipo do Detran-SP, Vanilson Leite é suspeito de falsificar vários tipos de documentos, como atestados e receituários médicos, certificados de órgãos públicos e até testes de paternidade.
Em nota, o Detran-SP, declarou que o órgão não oferece cursos de formação de condutores, apenas fiscaliza. Também informou que o certificado encontrado não tem validade e não foi registrado no sistema.

Segundo a polícia, também foram encontrados e apreendidos atestados de saúde da prefeitura e da Santa Casa de Assis e de cidades da região, como Cândido Mota e Tarumã.
“Ele disse que começou com isso há quatro anos, mas que intensificou sua produção no último ano. Ele falsificava de tudo”, disse o delegado Marcel Ito Okuma.
Segundo a polícia, Vanilson confessou que um primo trabalhava para ele, mas ainda será investigado se outras pessoas estão envolvidas no esquema.

Há suspeita, inclusive, da participação de funcionários de órgãos públicos da região. Médicos e profissionais cujos nomes constam em carimbos nos documentos falsificados também serão investigados.
O suspeito é dono de uma lan house na região central da cidade e, de acordo com a polícia, nos fundos da loja funcionava uma espécie de “oficina” para a falsificação dos documentos.
Vanilson Leite foi encaminhado à cadeia de Lutécia e passará por audiência de custódia no fórum de Assis nesta terça-feira (26).
O delegado responsável pelas investigações diz ainda que vai apurar se algum desses documentos falsificados foi efetivamente usado por eventuais contratantes do serviço de falsificação.
“Se esses documentos foram utilizados, essas pessoas podem responder pelo crime de uso de documentos falso”, explica Okuma.
Outro lado
Em nota, as prefeituras de Assis e Cândido Mota informaram que não têm conhecimento e que não foram notificadas da fraude.
A prefeitura de Tarumã declarou que o médico citado no documento falso não faz parte do quadro de profissionais, mas mesmo assim vai abrir sindicância pra apurar se houve desvio ou falsificação do talonário de receitas médicas.
A Santa Casa de Assis informou que repudia a prática e está à disposição para contribuir com a investigação.
Sobre o teste de paternidade, o Laboratório Assisense informou que o laudo não pertence à empresa porque, além de estar estruturalmente errado, apresenta informações que não existem nos laudos e não foi impresso em papel timbrado com a logomarca do laboratório.
