No último domingo, o Maracanã testemunhou um jogo que não apenas surpreendeu os torcedores, mas também destacou a importância do comando técnico no desempenho de uma equipe.
Botafogo sem Bruno Lage: o que mudou?
O comentarista Celso Unzelte, da ESPN, acredita que a mudança de treinador foi fundamental para a reviravolta do Botafogo. Ele destacou:
“A grande notícia é que o Botafogo voltou a ser Botafogo. O Fluminense realmente dá possibilidades, tem linhas avançadas, mas o time do Bruno Lage não faria isso. Além de nomes que ele mexeu, o time tinha perdido o encanto, não tinha mais aquela transição característica da liderança. Tchê Tchê voltou a achar bolas que achava, estava todo mundo leve, ficou muito claro qual era o problema.”
Unzelte argumentou que a mudança de treinador removeu uma “paranoia” que estava afetando a equipe, onde os jogadores estavam sob pressão constante de que qualquer erro seria atribuído a Bruno Lage. Com a chegada de Lucio Flavio, a atmosfera mudou, e os jogadores se sentiram mais à vontade para jogar o futebol que os levou à liderança no início da temporada.
Eugênio Leal, outro comentarista, também compartilhou suas opiniões sobre Bruno Lage:
“Bruno Lage assinou todos os recibos de não ter condições de dirigir o Botafogo, sem perspectiva psicológica. Treinador é um líder, passa tranquilidade ou não. Ele estava intranquilo, passava insegurança, mexia na estrutura básica do time e ia irritando os jogadores. O time deixou de comprar as ideias dele, entrava em campo para jogar, para cumprir tabela.”
Marçal celebra mudança: ‘Só voltou a fazer o arroz com feijão‘
No primeiro jogo depois da saída de Bruno Lage, o Botafogo encerrou o jejum de vitórias ao ganhar o clássico diante do Fluminense, por 2 a 0, no Brasileirão.
Para a vaga de Bruno Lage, a diretoria efetivou Lúcio Flávio e colocou Joel Carli como auxiliar. Apoiada pelo elenco, a dupla não inventou e escalou o Botafogo como vinha atuando na época de Luis Castro.
Capitão do time, o lateral-esquerdo Marçal falou sobre a troca na comissão técnica. Para ele, as mudanças feitas por Bruno Lage não foram assimiladas pelo elenco, que já tinha adquirido um padrão de jogo.
“Infelizmente não correu bem, não conseguimos pontuar nos últimos jogos. Felizmente teve que ter essa mudança. Lúcio Flávio já conhecia a gente, Carli também. Só voltou a fazer o arroz com feijão. O simples dá certo”,
afirmou Marçal, que continuou:
“Que bom que a gente conseguiu estar solto em campo. Não mudou nada. Essa que é a verdade. Voltamos a fazer o que estávamos fazendo. O nosso time já estava bem direcionado. O Lage chegou, tentou fazer algumas mudanças que ele percebia que eram importantes. O grupo tentou responder, mas nós já tínhamos um DNA.”
O Botafogo dobrou a esquina
A saída de Bruno Lage e a nomeação de Lucio Flavio como treinador interino foram os ingredientes cruciais para uma reviravolta no desempenho do Botafogo. A equipe voltou a mostrar seu estilo de jogo característico, com disciplina, entrega e um modelo tático sólido. Os comentaristas e jogadores concordam que a mudança removeu a pressão que estava afetando os jogadores e permitiu que eles se expressassem livremente em campo.
Faltando 12 rodadas para o fim do campeonato, o Botafogo tem 9 pontos a mais que o vice-líder Bragantino. O próximo jogo será apenas no dia 18, contra o lanterna América-MG, em Belo Horizonte (MG).
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O melhor zagueiro do Brasil dominou o clássico! Xerife! 🫡🔥 #VamosBOTAFOGO pic.twitter.com/VCB2TJCkl9
— Botafogo F.R. (@Botafogo) October 10, 2023