A judoca brasileira Rafaela Silva teve uma jornada emocionante nas Olimpíadas de Paris 2024. Apesar de todo o esforço, a campeã olímpica de 2016 não conseguiu garantir uma medalha. Rafaela foi desclassificada na disputa pelo bronze na categoria 57kg, após aplicar um golpe ilegal contra a japonesa Haruka Funakubo.
Mergulho ilegal na disputa do bronze
Na luta decisiva pelo bronze, Rafaela começou empolgada: quase conseguiu um uchi-mata logo no começo, para desestabilizar a oponente para cair para a frente. Tentou depois diversas projeções, mas a japonesa se defendeu bem. O combate foi para o Golden Score, uma fase tensa onde qualquer erro pode ser decisivo.
Rafaela recebeu punições por falta de combatividade e teve dificuldades em pegar na manga e derrubar sua adversária. Após uma tentativa de golpear Funakubo, Rafaela acabou cometendo um erro crucial. Ela acabou mergulhando a cabeça no tatame, o que é proibido pelas regras do judô. Após revisão de vídeo, a brasileira foi desclassificada, e a medalha de bronze escapou.
Superação: a jornada de Rafaela até Paris 2024
A chegada de Rafaela Silva a Paris não aconteceu sem que antes percorresse muitos desafios. Criada na comunidade da Cidade de Deus, a judoca superou o racismo dentro e fora das competições e foi xingada nas redes sociais, sendo chamada de “macaca” após uma desclassificação em 2012.
Em 2019, ficou de fora das Olimpíadas de Tóquio por não ter passado no teste antidopping.
Os exames da atleta atestaram o uso de um remédio broncodilatador que, apesar de comumente usado para a asma, era proibido pela agência internacional antidopagem. Depois de superar a suspensão por 2 anos, o retorno ao tatame olímpico foi um feito notável.
Após a luta nas Olimpíadas de Paris, Rafaela não escondeu sua frustração e tristeza. Em entrevista, a judoca chorou e pediu desculpas por não conseguir trazer uma medalha para o Brasil.
“Peço desculpas, porque hoje não consegui. A gente se conhece muito, eu estou nesta categoria desde 2008 e já enfrentei muitas vezes essas adversárias. Hoje a diferença foi no detalhe e, no meu detalhe, acabei falhando e fiquei sem a medalha,” desabafou a judoca.
Caminho até a semifinal
Apesar das dificuldades, Rafaela volta das olimpíadas com orgulho na bagagem. A história, já longa, das suas competições mostra como a judoca desenvolveu um espírito de luta e resiliência ao longo das fases preliminares, inclusive quando enfrentou a sul-coreana Huh Mimi, ainda na corrida pelo ouro olímpico.
Mesmo sem a medalha de Paris 2024, Rafaela é um exemplo de superação tornado um ícone: a carioca continua sendo um das grandes nomes do judô brasileiro.
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